[mancha vermelha

na pedra que grita]
int. caverna - noite
A mão direita da Morte se transforma em uma foice, e inicia a sentença final de João.
MORTE
não pôde ressignificar as quedas d'água
afogou-as para perseguir o ser
gritou e viu-se afundar
em memórias de realidade virtual
João se contorce, desesperado. Percebe que a pedra da Morte treme intensamente, e, intuitivamente, pensa em alcançá-la. Começa a se mexer sutilmente.
MORTE
no último segundo contado
te arrasto para o nosso lado
aquinhoando amêndoas frescas
e sorrisos de prozac
Falta pouco para João alcançar a pedra, que treme cada vez mais.
MORTE
pálidos
[assim como teu nome]

intactos
[assim como sua razão]

odiosos
[são todos os seres do mundo]
João está a três centímetros de tocar a pedra. O cenário é tomado por labaredas de fogo.
MORTE
E agora, meu caro, te convido para dançar
A Morte levanta a foice, e começa a gritar. O corpo de João começa a pegar fogo.
MORTE
Venha! Venha viver uma eternidade de desgraças. Venha pagar por tudo o que fez.
João alcança a pedra, e tudo ao seu redor começa a se desintegrar. Cores e sons distorcidos tomam conta da cena. Gradualmente, ele retorna ao seu corpo físico.
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